quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Talvez...

E quando tudo começou, era apenas brincadeira, brincadeira pros dois lados, ambos eram livres para fazerem o que quisessem, mesmo assim se respeitavam, desentendimentos haviam, sim, sempre haviam algumsa briguinhas por coisas bobas, a diferença é que naquela época qualquer desentendimento era motivo de término, de um parar de conversar com o outro por dois, três, quatro dias, até voltarem a se falar e começar tudo denovo, naquele ciclo vicioso.

Ele não queria namorar, ela não queria se envolver, ele dizia que o problema era ele não querer namorar com ela, demorou até perceber que não queria namorar, que estava com medo de sofrer novamente. Por essas e outras acabou fazendo com que ela sofresse mais ainda, magoando, fazendo-a sofrer, chorar, ficar com raiva, tantos foram os sentimentos, mas mesmo assim, por mais estranho que fosse, não deixava de gostar dele, assim como ele, por mais que não admitisse, pegava-se à noite trancado em seu quarto pensando naqueles beijos, naqueles abraços, naquelas bobagens faladas, naqueles planos, naqueles momentos de "Posso te perguntar uma coisa?" seguido de perguntas às vezes sem nexo, respostas incoerentes e às vezes até algumas risadas.

Aquele aperto no coração ao não saber a resposta para aquela pergunta durante a semana de provas, para esperar algo chegar e sentir aquele alívio em saber que nada tinha acontecido. Aquelas fugidinhas para lugares diferentes, aquelas saídas mais cedo para ir pro mercado na frente da faculdade, ou pras lanchonetes em volta dela, ou só pra ficar sentado no banquinho esperando a outra pessoa sair.

Tudo aquilo marcou muito, tudo aquilo serviu para aprender com os erros, aprender a dar valor e perceber que não, não foi em vão, as mentiras podem ter sido exageradas, malvadas, maldosas quem sabe, mas se isso aconteceu, talvez era pra acontecer, era pra ser assim, para podermos dar mais valor ao que conquistamos, ao que amamos, ao que queremos para nós, do nosso lado, não para sempre, pois ninguém sabe quanto tempo é o pra sempre e o pra sempre, sempre acaba, não é isso que ele quer, não quer algo que acabe, mas sim algo que mude com o tempo, sem apagar essa chama, esse sentimento inexplicavel que simplesmente aparece num fim de tarde, deitados na cama, conversando, pedindo desculpas, chorando, rindo, ou apenas quietos, olhando nos olhos, falando mil palavras em um olhar, um gesto, um sinal.

Talvez seja o que precisemos, voltar àquele tempo em que tudo era notado, qualquer mudança repentina era motivo de felicidade se fosse algo bom, de tristeza se fosse algum problema... de estarmos unidos, mas não tão unidos que não nos larguemos, mas sim unidos e confiantes, sabendo que um pode sair sem o outro e nada acontecerá, nada de errado pelo menos, ou então sair juntos e poder não ficar grudado a noite inteira, curtir a noite, dar risadas, beber, dançar, cantar, gritar, sabendo que sempre que precisar, terá alguém do lado para te dar um abraço apertado, um beijo quente, ou apenas uma palavra de consolo.

Perfeição não existe, o que ele achou nela é um complemento de si mesmo, e que assim seja.

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