E mesmo com tudo isso...

E mesmo com todos os problemas, todas as adversidades, as brigas, as desavenças, as alegrias e tristezas compartilhadas, os carinhos afáveis, os olhares quietos que dizem mais que mil palavras de Caio Fernando de Abreu ou Tati Bernardi possam dizer.

Os "EU ODEIO VOCÊ" seguidos de "Eu te amo", "não sei viver sem ter você", tudo isso confunde, confunde a minha cabeça, confunde o meu coração, faz também com que você se confunda, se pegue pensando em um outro alguém, pensando e falando pra si mesma "estou fazendo certo? O melhor pra mim é ficar com ele? Será que eu poderia estar curtindo bem mais se não estivesse com ele, mas sim solteira, curtindo aquela velha amiga, a Tequila (ou o Zé, como eu costumo chama-la)?"

Certezas, dúvidas, impressões, todos nós convivemos com isso todos os dias, mas devemos saber que, se essas questões existem, elas devem ser encaradas de frente, não encobertas por comodidade, falsa segurança ou quem sabe carência? Afinal neste jogo não se brinca apenas com a sua vida, com o seu coração, mas também com o de outras pessoas, pessoas que você talvez não saiba se realmente ama ou não, aquelas pelas quais você tem sérias duvidas sobre com qual ficar.

Pensando por este lado, também já me vi brincando com esses sentimentos, com outras pessoas, até com você mesma, já fiz que queria sem querer, já fiz por querer, sem querer, já quis me afastar para não te fazer sofrer, para não sofrer, achando que seria melhor. Já menti (sim, eu já menti pra você, te fazendo sofrer) talvez achasse que seria melhor te afastar daquele moleque que não ligava pra nada, não se importava se o tênis branco estava marrom, se a blusa estava amarrotada, se o cabelo estava despenteado, aquele moleque totalmente diferente de você, completamente oposto à você, você que saía às sextas, voltada só na segunda, usava aquele shortinho 'sem vergonha' como dizia o seu amigo, que sempre se importou mais com a beleza interior (tá, nem sempre) do que com o estereotipo bombadinho. OU talvez não, talvez AQUELE moleque não queria se envolter tão seriamente (tolo moleque, mal sabia ele que já havia se envolvido nisso fazia tempo) já que tinha sofrido por outro alguém. Alguém que fez com ele exatamente o que agora ELE fazia com ela.

Não queria se envolver com medo de se machucar,mas por causa desse medo perdeu muito tempo, quase a perdeu e esqueceu por algum momento que ela também tinha sentimentos, que mesmo com toda sua experiencia de vida, também era muito frágil.

Hoje consigo enxergar o quanto aquele moleque amadureceu, se tornou cada vez mais homem e também o quanto aquela mulher rejuvenesceu, voltou um pouco a ser menina, também consigo ver que as vezes você por medo de assumir grandes responsabilidades, acaba deixando de gozar de grandes aventuras, grandes amores, grandes emoções, simplesmente por não querer se envolver demais. Viva sua vida sem medo de quebrar a cara, pelo menos lá na frente você poderá olhar pra tás e dizer "EU JÁ FIZ ISSO, Não deu certo? Pelo menos eu tentei".


------------------ Felipe Marques 05/05/2011